Papo de Valor com Rafael Freitas (Angra Clube de Investimentos)
Multiplicou por 45x o Capital Investido em Pouco Mais de 3 Anos
Investidor em Valor,
Há pouco mais de um mês, entrevistamos Yuhzô Breyer, o pupilo de Werner Roger da Trígono Capital, que, em pouco mais de 2 anos, multiplicou o capital por 2.6x enquanto o Ibovespa rendeu apenas 2.63%.
Pedi a ele para recomendar alguém que admirasse como investidor e ele disse:
Rafael Freitas
É aquela velha história:
Tubarão anda com tubarão, né?
Vamos conhecer essa fera?
Rafael atualmente é Co-Gestor do Angra Clube de Investimentos (em breve FIA).
Em pouco mais de 3 anos, de janeiro de 2020 a setembro de 2023, enquanto o Ibovespa rendeu apenas 1.24% e o SMLL, -26.93%, a carteira de Rafael (PF) rendeu incríveis 4,424.60%, ou seja multiplicou o capital investido por 45x!
Ele é uma máquina de gerar valor.
IV: Poderia falar um pouco sobre você?
RF: Sem dúvidas! Talvez esse texto sirva de exemplo para muitos que ainda são jovens, então não vou me limitar a uma breve apresentação, se me permite.
Me chamo Rafael, tenho 25 anos e sou nascido e criado em Recife, Pernambuco.
Capital onde há pouquíssimo fomento a cultura de investimentos. Sou filho de funcionários públicos, logo, essa crença de pouco estímulo a iniciativa privada era perpetuada dentro de casa. Pragmatismo, fruto de pais que se esforçaram a vida toda para conquistar a estabilidade financeira por essa frente, depois de frustrações na tentativa de carreira privada.
Tive uma boa educação e não tenho do que reclamar quanto essa linha em minha vida, mas nunca houve luxos.
Saindo do colégio, decidi seguir a carreira de grande parte dos meus familiares, e especialmente meu avô, que figurou como o primeiro nordestino a entrar no ITA, ainda na década de 60.
Sendo assim, ingressei na faculdade de engenharia e tive a certeza que minha paixão era por números, mas, não necessariamente naquela área.
Anos depois comecei a cursar Ciências Atuariais, pela UFPE, onde afunilei o apreço pelas exatas através da estatística aplicada.
Os investimentos na minha vida começaram de maneira precoce. Lembro do meu pai ter vendido uma casa de veraneio e investido em um Fundo de Investimento dedicado a alocar seus recursos na Petrobrás, um pouco antes da crise do Subprime, em 2007. O dinheiro ruiu e somada a falta de informação naquele determinado momento, o saque ocorreu no pior momento possível, vendo grande parte de suas reservas caírem nominalmente.
Aquela ideia prematura sempre me deixou curioso em como as coisas aconteciam nesse mundo, mas, definitivamente, não haviam meios, tampouco maturidade para ir atrás naquela fase da vida.
O tempo passou e concomitantemente à saída do colégio, em 2015, o assunto bolsa começava, de forma tímida, a aparecer no mainstream novamente.
Comecei a operar por conta em 2018, muito timidamente, com ajuda de amigos que tinham filosofia de longuíssimo prazo e dividendos, muito influenciados pelo mínimo de material disponível sobre o tema, como também pelo meu pai, que tinha decidido voltar a se aventurar nesse meio depois de tentativas frustradas, como citado anteriormente.
O início foi como o script manda.
Pouco capital, universitário, jovem e curioso. Quebrei no mercado de opções com meus 3 ou 4 mil reais na época.
Desanimei, não tinha de onde tirar recursos, sequer um estágio naquele momento da faculdade para levantar fundos.
Eis que surge uma conversa em meados desse mesmo ano, que muda o rumo das coisas.
Meu pai decide me dar um capital para recomeçar, com a minha promessa de um certo nível de conservadorismo, ao passo que esse estímulo inicial me voltasse ao mercado mais uma vez, principalmente no cunho teórico.
Participei de ligas financeiras do meio acadêmico, tentei estreitar ao máximo meus conhecimentos sobre o assunto, mas, quando houve as breves oportunidades de processos seletivos em gestoras da região, eu fui reprovado. E, diga-se de passagem, com a maturidade de hoje, merecidamente.
Isso me trouxe diversas reflexões sobre a vida e até mesmo continuar seguindo por essa área, dado que não existiam mais oportunidades na região, salve o cunho comercial, através de AAIs, que não era minha pretensão. A ideia de se mudar para São Paulo era inviável, economicamente falando, logo, eu já voltava os olhos novamente às opções que meu então curso acadêmico poderia me trazer.
No início de 2020, veio a Covid. Esse é um divisor de águas na minha vida e confesso que nem no meu melhor sonho eu imaginaria tudo que viria a acontecer.
Falaremos do retorno desde então em bolsa nos próximos tópicos, mas tive a oportunidade através de um convite do Marco Saravalle e do seu braço direito, Alex André, a quem serei eternamente grato, de materializar o tão sonhado feito de trabalhar na Faria Lima.
Ficamos quase um ano juntos, onde logo após migrei para outro Sell Side, chamado Ticker, muito presente aqui na Fintwit.
Na Ticker, também passei quase um ano trabalhando ativamente. Hoje tenho uma parcela de equity na empresa, mas sigo conversando com os demais sócios apenas em vias de planejamento. Desde meados de abril desse ano, me concentro exclusivamente na gestão do nosso clube de investimentos, que recentemente mudou de nome para “Angra” e está na iminência de virar FIA e abrir ao público geral, dada a facilidade da gestora de um dos sócios atuais, enxugando a estrutura de custos necessária para tal feito.
IV: Qual a sua estratégia para ganhar dinheiro na Bolsa?