Investidor em Valor

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Papo de Valor com Giordano Tosi

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Multiplicou por 4x o Capital Investido em 3 Anos

abr 29, 2025
∙ Pago
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Papo de Valor com Giordano Tosi
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Investidor em Valor,

No Papo de Valor de hoje teremos um convidado especial:

Giordano Tosi

Vamos conhecer essa fera?

Giordano atualmente é empresário e investidor.

Em 3 anos, de abr/22 a mar/25, a carteira de Giordano gerou um retorno de 314.74% no período, enquanto o Ibovespa gerou um retorno de apenas -0.45%.


IV: Giordano, poderia falar um pouco sobre você?

GT: Tenho 37 anos, sou paranaense do interior do estado, mas vivo na região da capital há quase 30 anos. Sou engenheiro civil formado pela UFPR e empresário no ramo da construção, setor onde construí a maior parte do meu patrimônio. No mercado financeiro, atuo há cerca de cinco anos como minha principal fonte de renda, mas ainda me considero um investidor em evolução.

Minha estratégia é fortemente baseada em análise macroeconômica, que representa cerca de 80% do meu processo de decisão. Não busco acertar topos e fundos, mas sim identificar momentos do ciclo econômico onde o risco-retorno do mercado de risco não justifica a exposição em relação à renda fixa.


IV: Qual a sua estratégia para ganhar dinheiro na Bolsa?

GT: Sigo a estratégia barbell do Nassim Taleb, que consiste em manter a maior parte do patrimônio em ativos de risco muito baixo e uma pequena parcela em ativos de risco extremo, evitando o risco intermediário.

Um exemplo desse risco intermediário, que prefiro evitar, são os fundos imobiliários. Eles oferecem retornos próximos à renda fixa, mas carregam risco de renda variável, especialmente em momentos de estresse.

Evito operar criptomoedas pois não confio na infraestrutura das corretoras cripto. Para a ponta de alto risco, utilizo small caps e derivativos. Meu operacional é conservador, e não vejo problema em ficar fora do mercado por longos períodos.

Nos trades curtos, operar contra a tendência com base em Smart Money Concepts (SMC) tem sido minha abordagem predominante. Já em operações de prazo mais longo, sigo a tendência. Além disso, desenvolvi robôs próprios em MT5 que utilizo tanto no swing trade da Bolsa quanto no mercado Forex.


IV: Como é o seu processo para garimpar uma nova oportunidade de compra? Quais filtros usa?

GT: Meu foco está na convergência de fatores macroeconômicos e prefiro estratégias que não dependam de um mercado direcional.

Para isso, desenvolvi uma ferramenta própria que analisa a relação entre diferentes classes de ativos – como commodities, moedas e Bolsa – para identificar distorções que possam gerar oportunidades de investimento. O modelo utiliza correlações estatísticas e machine learning para detectar anomalias que indiquem pontos de entrada e saída.

Dou muita importância ao índice de Sharpe, pois já vivi na pele o impacto de operar sem medir o risco. Nos meus primeiros anos de mercado, obtive bons retornos, mas sem plena consciência da exposição que estava assumindo. Quando percebi isso, mudei drasticamente minha abordagem, o que impactou diretamente minha rentabilidade.


IV: Como você faz o valuation de uma ação: DCF, Múltiplos, TIR implícita, um mix dos anteriores, …?

GT: Pago por diversas plataformas e casas de análise, tanto quantitativas quanto tradicionais, que realizam DCF (Fluxo de Caixa Descontado), múltiplos e outras metodologias. Invisto uma quantia significativa nisso, mas meu foco principal segue sendo o macro.

Acredito que, em bull markets, qualquer carteira recomendada tende a performar bem, e muitas empresas "baratas" podem simplesmente continuar baratas. Na análise fundamentalista, vejo a empresa como um rio: se ele está cheio e caudaloso hoje, não há garantia de que permanecerá assim, pois tudo depende da "chuva" (fluxo de capital, política econômica, fatores sazonais).

Uma empresa com bons números pode perder desempenho rapidamente se as condições que a sustentam se deteriorarem. Por isso, vejo o valuation como um componente importante, mas subordinado ao contexto macroeconômico.


IV: Como você gosta de construir o seu portfolio de ações, considerando número de empresas, setores e concentração?

GT: Eu não possuo uma carteira de ações fixa. Quando meus indicadores macroeconômicos permitem que eu tenha uma carteira direcional, costumo ficar posicionado de três a seis meses, mas não mantenho ativos de longo prazo.

Entendo que, apesar de a estratégia buy and hold ser uma das mais lucrativas, ela também é uma das mais arriscadas. Afinal, quando você não vende, absorve o risco de ruína, e os drawdowns costumam ser colossais nessas carteiras.

Sou adepto da diversificação total para evitar o impacto de possíveis erros. Diferente de investidores que estudam cases específicos e fazem apostas altas, foco em estratégias macro, utilizando derivativos, mini contratos e ETFs de índices para proteger a carteira e minimizar grandes rebaixamentos. Para mim, o índice de Sharpe é o que realmente importa no longo prazo.


IV: Com que frequência você gosta de rebalancear a carteira?

GT: Faço pouco rebalanceamento, pois opero com muitos ativos e por períodos relativamente curtos.


IV: Quanto tempo em média mantém uma posição na sua carteira?

GT: Dado o atual cenário macroeconômico, não fico posicionado por longos períodos. Nos primeiros sinais de sobrecompra em tempos gráficos longos, reduzo minha exposição.


IV: Você acredita que a análise gráfica, juntamente com a análise fundamentalista, pode ajudar nos pontos de compra e venda de ações?

GT: Na minha visão, a análise gráfica clássica se tornou uma isca para traders menos experientes, explorada por market makers e algoritmos. Quanto mais "perfeito" um padrão parece, maior a chance de ser uma armadilha.

Por isso, prefiro Smart Money Concepts (SMC), que busca entender a lógica por trás da movimentação institucional. Já a análise fundamentalista, apesar de sempre olhar para o passado e não para o futuro, considero muito mais sólida. Uso bastante esse tipo de análise, mas, em vez de realizá-la por conta própria, pago especialistas para isso.


IV: Quais são os seus setores favoritos na Bolsa? E os que você evita? Por quê?

GT: Gosto do setor de commodities e energia, pois priorizo eficiência no Sharpe, e não exposição excessiva ao risco. Além disso, o setor de tecnologia, nos momentos certos, pode oferecer retornos expressivos – foi nele que obtive a maior parte dos meus ganhos no mercado.

Por outro lado, evito varejo e companhias aéreas porque são muito sensíveis a ciclos e fatores exógenos.


IV: Você usa derivativos? Qual a sua estratégia?

GT: Sim, utilizo mini contratos de índice e dólar, além de mini contratos do S&P 500. Uso tanto para hedge quanto para me posicionar nessa classe de ativos sem precisar deslocar capital da renda fixa, que continua sendo meu carro-chefe.

Minha estratégia varia entre hedge parcial – equilibrando uma carteira de ações com um short em ETFs como SMAL11 e BOVA11– e operações em mini contratos. O objetivo é sempre minimizar drawdowns, mesmo que isso reduza a rentabilidade potencial.


IV: Qual a ação brasileira com o maior potencial de alta (ou melhor risco/retorno) na sua carteira hoje? Poderia explicar sucintamente o case?

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